O Botafogo não tem tido para onde correr quando outros clubes brasileiros chegam com valores bem abaixo da multa rescisória de seus principais ativos, como Matheus Fernandes, já negociado, e Igor Rabello – este na iminência de sair. E “isso é uma constante no Botafogo que não é de hoje”, lembra o Paulo Mendes, escolhido para ser vice-presidente de relações institucionais, cargo criado com a reforma do estatuto em agosto, nesta semana.

Paulo Mendes (ao centro) na época em que trabalhou na gestão de Assumpção (Foto: Fernando Soutello/AGIF)
Em entrevista à Rádio Tupi, Paulo Mendes explicou aos torcedores como, na prática, deve ser dirigido o seu exercício no clube da Estrela Solitária, que teve a sua difícil situação financeira comentada pelo novo VP.
– Precisa melhorar. Existe uma situação inercial que o Botafogo carrega de uma parte financeira difícil e que exige muito da administração do clube. É um ponto que não acaba pelo menos em um futuro próximo. A perspectiva dos próximos anos é difícil, mas todos precisam dar as mãos e trabalhar juntos para buscar as soluções que são possíveis. Isso passa por uma série de coisas, por exemplo, vender jogadores sem o desejo de fazer isso, para viabilizar a situação financeira. Isso é uma constante no Botafogo que não é de hoje.
Mendes, de 69 anos, é benemérito do Botafogo e, em outubro, foi nomeado assessor especial do presidente Nelson Mufarrej, a pedido dos irmãos Moreira Salles, de acordo com a emissora de rádio. Ele, que chegou a ser vice-presidente geral na gestão de Mauricio Assumpção (2012 a 2014), também avaliou a possibilidade de voltar a ter um patrocínio privado no Glorioso.
– Essa é uma discussão muito presente em torno dos clubes, especialmente os clubes que são patrocinados pela Caixa Econômica Federal. O modelo de uma participação maior dos patrocinadores privados é desejável, se comparado por exemplo ao futebol da Inglaterra onde cada clube tem um patrocinador e quase sempre é um investidor privado. O Botafogo já teve isso em 1995 e em outras oportunidades. Isso é um ponto que está muito relacionado a atual estrutura do futebol brasileiro – finalizou.
Conteúdo de Terra