Em carta enviada a “Folha de S. Paulo”, o documentarista João Moreira Salles declarou que ele e seu irmão Walter Moreira Salles, não tem intenção de gerir o clube.
“O que meu irmão e eu fizemos foi apenas contratar um estudo sobre a situação do clube, um diagnóstico dos problemas, seguido de indicações de possíveis saídas. Recebemos o trabalho e o passamos à diretoria do Botafogo” – afirmou João.
O estudo encomendando pelos irmãos Salles a Ernst & Young, prevê a criação de uma SPE (Sociedade com Propósito Específico), para captar inicialmente R$ 300 milhões com investidores para quitação de dívidas de curto prazo. Os investidores (acionistas) comandariam o futebol do clube por um período de 30 anos. A dívida estimada do Botafogo gira em torno de R$ 750 milhões.
Segundo a reportagem da “Folha”, João enviou uma carta ao clube.
– Nosso compromisso com o Botafogo cessa com a entrega do estudo. Não temos projetos políticos pessoais em relação ao Botafogo. Não seremos candidatos a nada, tampouco temos predileção para que o clube se torne isto ou aquilo – seja agremiação sem fins lucrativos, clube social, fundação ou empresa. Acima de tudo, não queremos ser donos do clube – frisou.
– Se essa possibilidade surgisse graças a mudanças no estatuto, nem assim nós não a perseguiríamos – completou.
No Botafogo, até mesmo dirigentes que antes apoiavam o “modelo de gestão amadora” se demonstram entusiamo com o projeto:
– A compra recente do nosso centro de treinamento só foi possível com a fundamental ajuda deles. Terem encomendado esse estudo e serem entusiastas do novo modelo empresta muita credibilidade ao projeto. Estamos seguros de que,com adequada governança, o novo modelo será atrativo aos investidores e representará um marco, não só para Botafogo, mas para o futebol brasileiro – aposta Gustavo Noronha, vice-presidente de futebol do Botafogo.