Ontem à noite Honda conversou com a diretoria do Botafogo e oficializou o desejo de rescindir imediatamente o seu contrato com o Clube.

O meia chegou no Botafogo em fevereiro deste ano e foi recebido pela torcida com status de ídolo e como a principal contratação do Clube para a temporada 2020.

No entanto, em março com a pandemia todas competições foram paralisadas e a animação inicial da torcida deu lugar ao sentimento de frustração por não conseguir ver o jogador fazer a diferença ao entrar em campo.

O retorno dos jogos, respeitando os protocolos de segurança, trouxe um certo alívio ao torcedor que aguardava ansioso para assistir, mesmo que pela TV, as atuações que marcaram a passagem do Honda pela seleção do Japão e pelo Milan da Itália.

No entanto, o meia teve uma passagem apagada pelo Botafogo e as suas atuações foram muito abaixo do esperado, com apenas 3 gols em 27 jogos vestindo a camisa do Clube.

Na verdade, essa passagem tímida pelo futebol brasileiro é o reflexo de uma série de problemas dentro e fora de campo.

Desde a sua chegada, Honda demonstrou uma certa dificuldade para se adaptar ao fuso horário e ao idioma, uma vez que após 9 meses morando no Brasil o jogador ainda não consegue participar de uma preleção sem que o seu intérprete faça a tradução simultânea. Além disso, o clima do Rio de Janeiro também influenciou negativamente na sua adaptação ao Brasil.

Houve também por parte do jogador um grande descontentamento com o modelo de gestão no futebol do Botafogo, especialmente pelas sucessivas trocas de técnicos durante o campeonato, sendo que recentemente Honda usou as suas redes sociais para desabafar e chegou a afirmar que pensava em deixar o Clube após a rescisão do contrato com o técnico Ramón Díaz, mesmo antes dele assumir o comando da equipe principal.

E se ainda faltavam motivos para Honda oficializar a sua vontade de deixar o Botafogo, a lesão sofrida na coxa esquerda no jogo contra o Coritiba, que vai deixa-lo fora dos campos de futebol até o final de janeiro, e o convite do clube Portimonense de Portugal para retornar ao futebol europeu, foram os argumentos que faltavam para o japonês decidir sair do Botafogo.

Há dois dias para assumir a gestão do Botafogo, a nova diretoria eleita não se pronunciou ou deu sinais de como pretende manter o futebol profissional na primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2021.

Enquanto isso, o Clube segue na penúltima posição na tabela do Brasileirão, e o torcedor botafoguense, mais uma vez, vai se agarrando as superstições para o seu time não ser rebaixado para segunda divisão.

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