Gustavo Noronha não comandará mais o futebol do Botafogo. O agora, ex vp de futebol deixa o clube após sofrer grande pressão tanto interna como das arquibancadas. Noronha é um dos alvos mais apontados pelo momento atual vivido pelo clube e sua saída foi um dos temas apontados por Montenegro em reunião com o presidente Nelson Muffarej.

Montenegro inclusive, é um dos nomes cotados para assumir ou auxiliar o cargo que no momento esta vago. O Botafogo comunicou a saída do dirigente em nota oficial postada em seu site. Confira a nota na íntegra:

“No contexto da iminente reformulação do Clube para a gestão do Futebol por uma instituição de investimento privado, o Botafogo de Futebol e Regatas comunica a exoneração de Gustavo Noronha, nesta terça-feira (5/11), do cargo de Vice-Presidente de Futebol.

O Botafogo agradece a colaboração de Gustavo Noronha nos últimos cinco anos no Departamento de Futebol, como Diretor Jurídico (2015-17) e VP de Futebol (2018-19). 

Em breve o Clube anunciará a nova estrutura do Departamento de Futebol.”

Após o anúncio, Gustavo Noronha se pronunciou também através de nota oficial. Confira:

O Presidente me pediu o cargo e é sua prerrogativa fazê-lo. Estava preparado para a transição do Botafogo atual para o Botafogo S/A em dezembro, antecipando em um ano o fim da gestão, e em busca de um Botafogo mais moderno, eficiente, e sempre vencedor.

Firme no propósito de terminar o ano numa posição digna na tabela, eu seguiria para concluir o trabalho.

No entanto, o Presidente, a equipe de transição para o Botafogo S/A, e o próprio Mais Botafogo, entenderam pelo fim do ciclo agora, para uma transição mais tranquila. E viabilizando a regularização dos salários o quanto antes.

Ninguém está acima do Botafogo, e zelar pelo futuro do Clube é o nosso dever maior.

Saio não com a sensação do dever cumprido, mas com a certeza de que fiz o meu melhor.

Foram 5 anos no departamento de futebol, em uma reconstrução do Clube que se deu passo a passo.

Desde o início dificílimo em 2015 com desmonte e reconstrução total do elenco, até uma participação honrosa na Libertadores em 2017 e um título estadual épico em 2018. Chego ao final do trabalho com o Botafogo detentor de ativos importantes, alguns cobiçados por grandes clubes brasileiros e internacionais.

O modelo de gestão profissional que implantamos no futebol do Botafogo, contudo, necessitava de duas premissas básicas: (i) estrutura de ponta; e (ii) salários em dia. Durante muito tempo conseguimos.

Em face do quase total colapso financeiro de 2019, motivado por questões diversas de ordem comercial e financeira, esses dois pilares fundamentais do trabalho foram prejudicados. Com isso, veio um desgaste inevitável. O departamento de futebol do Botafogo foi obrigado a se desfazer de atletas para honrar compromissos salariais. Ainda assim os atrasos persistiram.

Que possamos o quanto antes regularizar nossos compromissos. Temos, no departamento de futebol do Clube, incansáveis profissionais de ponta.

Nosso gerente de futebol, treinador, auxiliares, coordenador, preparadores de goleiro, preparadores físicos, fisiologistas, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, assessores de imprensa, massagistas, roupeiros, seguranças, motoristas, e todos da equipe, são incansáveis.

Nossos atletas se dedicam diuturnamente para defender as nossas cores e terminarão essa temporada numa posição digna. Tenho a mais absoluta certeza de que farão de tudo para isso e conseguirão. Tenho com eles desde o início uma relação de respeito e confiança. Não paternalista, porque não acredito nisso.

Ao velho bordão da era do amadorismo: “jogador precisa de carinho”, sempre respondi com “jogador precisa de excelentes condições de trabalho e salários em dia”.

Sigo acreditando nisso. Foi uma honra servir ao Botafogo. Volto para a arquibancada, que é o meu lugar. Saudações Alvinegras”