Análise: Botafogo mostra organização com Zé, leva poucos sustos e passa a criar mais chances, mas ainda peca na conclusão

estreia de Zé Ricardo no comando do Botafogo não foi como o técnico, a torcida e os jogadores queriam. Mas teve motivos de alento para os que imaginavam uma vitória sobre o lanterna do Campeonato Brasileiro. Parafraseando o próprio treinador, o time apresentou “bons sinais” no empate por 1 a 1 com o Paraná neste domingo, na Vila Capanema.

A primeira impressão com Zé foi positiva, com o time sendo superior ao adversário mesmo fora de casa. Assim como havia sido a estreia do seu antecessor no cargo, Marcos Paquetá, apesar da derrota para o Corinthians. Porém, o Botafogo daquela vez não conseguiu manter o ritmo e regrediu ao invés de evoluir. O que será o desafio do novo comandante alvinegro a partir de agora.

Melhores momentos: Paraná 1 x 1 Botafogo pela 18ª rodada do Brasileirão

Melhores momentos: Paraná 1 x 1 Botafogo pela 18ª rodada do Brasileirão

O ponto forte foi a organização da equipe, quase sempre bem postada em campo. Tanto que levou poucos sustos, e o gol sofrido no fim foi mais por falta de sorte pelo desvio fatal no chute de Alex Santana. Em que pese o baixo poder de fogo do Paraná, de um modo geral a defesa se portou bem, repetindo uma característica do início de trabalho de Zé pelos rivais Flamengo e Vasco.

O problema continua o mesmo de antes da chegada do treinador: o ataque, que desta vez teve Aguirre no lugar do machucado Kieza. Foram 16 finalizações e nove chances claras de gol do time. Valencia, Pimpão e principalmente Luiz Fernando desperdiçaram as melhores oportunidades. Deu a impressão de que, se não fosse o pênalti, a bola não entraria na meta do Paraná.

LIÇÕES

  • Para sua estreia, Zé manteve o esquema de jogo que vem desde o início do ano, um 4-2-3-1 com dois pontas abertos. Mas a tática não tem surtido o esperado efeito ofensivo: nos últimos oito jogos, só um gol saiu dos pés dos homens de frente: o de Luiz Fernando na derrota por 2 a 1 para o Nacional-PAR, pela Sul-Americana.
  • Luiz Fernando pecou demais nas finalizações contra o Paraná, mas não merece ser sacado. Jogador de muita movimentação, o meia-atacante também ajuda na marcação e continua sendo o mais perigoso do time na frente. Precisa caprichar um pouco mais. Por sua vez, Pimpão não tem conseguido manter seu desempenho e pode perder a posição.
  • Aguirre fez seu segundo jogo de centroavante, sua função preferida, mas não jogou enfiado. A pedido de Zé, saiu da área e atacou de garçom, deixando duas vezes companheiros na cara do gol com passes açucarados: uma para Leo Valencia, outra para Luiz Fernando. Chance de finalizar só teve duas, ambas de cabeça. Talvez renda melhor com uma dupla de ataque.
  • Dupla que fez sucesso no próprio Paraná, Renatinho e João Pedro entraram no decorrer do segundo tempo e atuaram apenas pela segunda vez juntos no Botafogo (a primeira vez foi contra o Cruzeiro). Ao todo, são só 58 minutos lado a lado, mas a chegada de Zé pode dar mais chances à dupla, até pela fase ruim que atravessa Leo Valencia.
  • Embora o ataque do Paraná não ofereça tanto perigo assim, a dupla de zaga fez um grande jogo na Vila Capanema. Carli e Igor Rabello tiraram tudo que pingava na área, principalmente na bola aérea, artifício mais usado pelos adversários: foram 16 cruzamentos. Só não coroaram a atuação porque o General levou azar no lance do gol, mas não pode ser culpado.
Luiz Fernando também tem ajudado na marcação (Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO)
Luiz Fernando também tem ajudado na marcação (Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO)

Agora, o foco muda para a Copa Sul-Americana. Já em seu segundo jogo no Botafogo, Zé terá uma decisão pela frente: vencer o Nacional-PAR na quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Nilton Santos, para levar o time às oitavas de final do torneio. No jogo de ida, o Alvinegro perdeu por 2 a 1, mas pelo gol fora de casa precisa de um triunfo simples por 1 a 0 para classificar. Caso sofra um, aí terá que marcar três. Se devolver o placar de 2 a 1, a decisão irá para os pênaltis.

Conteúdo de Globoesportes