A companhia Botafogo essa semana foi destaque no noticiário alvinegro. A empresa criada na gestão de Bebeto de Freitas para administrar o estádio Nilton Santos atualmente é alvo de uma investigação da polícia federal e também tem sido muito apontada pela oposição por conta de contratos um tanto quanto suspeitos. Mas apesar de só aparecer aos holofotes do torcedor agora, a “Cia Botafogo” é desde a gestão de Carlos Eduardo Pereira uma “Zona cinzenta”.
No final do ano de 2017, o conselho fiscal do clube protocolou um documento endereçado ao até então, presidente do clube Carlos Eduardo Pereira. O documento começa questionando a demissão do Gerente de controles internos Mário Jorge, que cumpria o papel fundamental na transparência dos contratos praticados. Além de demitido, ninguém foi contratado para seu lugar.
Outra solicitação feita no ofício era a criação de um conselho fiscal para a “Cia Botafogo’ nos mesmos moldes do praticado no Botafogo de Futebol e Regatas. No pedido, os conselheiros ressaltam a preocupação com alguns acordos feitos pela companhia que os próprios conselheiros do clube não conseguiam ter acesso. O documento foi ignorado pelo então presidente.
Desde então, a entidade atua sem um conselho fiscal que possa atuar na transparência e checagem de contas e contratos da empresa. Tudo isso desencadeou no ato da oposição na reunião de terça-feira (24), onde dois conselheiros opositores a atual gestão através da denuncia de um dos sócios proprietários do clube protocolaram um pedido de esclarecimento sobre as despesas do estádio Nilton Santos. No documento foram apresentados vários questionamentos a serem entregues ao presidente do clube para prestar esclarecimentos.
O fato principal do ofício protocolado no último dia 24, já havia sido citado no documento do conselho fiscal anterior, os contratos de acesso ao estádio (ingressos e estacionamento) o documento informa que a época diversas solicitações de apresentação do contrato com a empresa GO SOCCER fossem apresentados, porém todas as solicitações oficiais e extra-ofícíais forma ignoradas por Carlos Eduardo Pereira. Atualemente, A contratada é a empresa ASC, que foi citada pelo atual conselho fiscal.
Além de perguntas, o ofício continha comparações de despesas com estádios de capacidades similares que possuem menor custo aos seus clubes. O que acaba evidenciando as suspeitas sobre os contratos fechados pela companhia.
Outro fato que veio atona com o nome da companhia Botafogo. A Companhia foi citada em um esquema de propina comandado pelo, na época, governador de Manaus. O fato ocorreu em jogos vendidos pelo Botafogo a cidade em 2014. Na gestão de Mauricio Assumpção. Um valor visto como suspeito pela polícia federal foi depositado na conta da companhia. Porém, nesse caso, o Botafogo não é visto como alvo das investigações. Tendo em vista de que apesar de ter recebido dinheiro supostamente ilícito, não havia nenhuma ligação do clube ao esquema. Apenas recebeu o valor acordado pela venda das partidas.
Nos bastidores do clube, os comentários são de que o Estádio Nilton Santos, que é administrado pela CIA BOTAFOGO, se tornou um verdadeiro “cabide de empregos”. Diversos colaboradores de campanha do Grupo Mais Botafogo, teriam sido contratados para trabalhar no local, sendo inclusive seu administrador, Pedro, filho do ex-presidente do conselho fiscal Jorge Aurélio. (falecido em 2018).
Agora, pela segunda vez em mandato, um representante do Mais Botafogo terá a oportunidade de abrir a caixa preta da “Cia Botafogo” para que haja um controle do conselho e transparência diante aos torcedores. O presidente em exercício Nelson Muffarej tem, segundo o estatuto do clube, 10 dias para prestar os esclarecimentos solicitados pelo documento protocolado na reunião do dia 24/10.