Quando o Botafogo anunciou a contratação de Marcos Paquetá para substituir Alberto Valentim, a torcida ficou reticente. E não foi para menos, uma vez que o treinador ficou 14 anos distante do futebol brasileiro. A pressão em cima de Paquetá cresceu com duas derrotas por 2 a 0 nos dois compromissos iniciais. Na última quinta, conseguiu o primeiro triunfo e amenizou o cenário. 

O que chama a atenção é o fato de Marcos Paquetá ter optado por três times diferentes em três partidas. Independente de contratempos para escalar, como lesões, suspensões e forças contratuais, em cada duelo adotou uma estratégia diferente, o que leva a crer que, para domingo, contra o Internacional, no Beira-Rio, o comandante siga a linha e escolha uma formação mais cautelosa.

– Quando trabalho minha equipe, começo a ver o time que vou enfrentar cinco rodadas atrás. Jogadores que temos que utilizar em relação ao adversário e jogando em casa também. O pouco tempo de adaptação ao meu trabalho ainda não gera essa possibilidade de continuidade – salientou Paquetá, antes de receber a Chapecoense.

Diante da Chape, aliás, o treinador pôs Valencia por dentro, deixando Jean no banco – o volante havia sido titular no clássico contra o Flamengo. Além disso, promoveu uma dobradinha com Moisés e Gilson na esquerda, muito por conta da força dos rivais pelo lado direito. E deu certo.

Já quando entrou com Jean no clássico, a ideia, conforme citado pelo próprio Paquetá, era a de anular o móvel sistema de três meio-campistas dos arquirrivais. E não deu certo, assim como não deu na estratégia contra o Corinthians, cuja tentativa com João Pedro como ponta não surtiu efeito. 

Quinto colocado, o Internacional é um time que aposta muito nas jogadas pelas beiradas, com Nico López, Lucca e Rossi, sobretudo. Ultimamente tem insistido mais em seu lado direito de ataque, onde Zeca faz a lateral, que, por sua vez, costuma deixar espaços no setor. Recuperado de lesão, Brenner pode ser uma opção explorar essa fraqueza e atuar junto a Kieza – a dupla já foi testada junta com Valentim. Já no meio é provável que a prioridade seja pela contenção.

MUDANÇAS FORÇADAS

Se é possível prever uma estratégia mais contida e com peças mais rígidas em relação a do jogo contra a Chapecoense, há a garantia de duas trocas na equipe. Suspensos, Rodrigo Pimpão e Rodrigo Lindoso, ambos titulares no último jogo, abrem duas vagas no time. 

Paquetá não dá pistas, mas espera-se que diversas mudanças sejam vistas em Porto Alegre em prol da primeira vitória do Glorioso fora do Rio neste Brasileirão. Uma hipotética vitória deixaria o Bota na parte superior da tabela. 

Conteúdo de Lancenet