“Carlos Eduardo Pereira, ou CEP, como conhecido no diminutivo, assumiu o BFR em 2015 com contrato vigente com a Rede Globo até o final de 2018.

Renovou o acordo com essa mesma emissora em 2016 até 2021 e, no mesmo ano, fez um aditivo até 2024.

Recebeu, em face dessas operações, R$ 100 MM de luvas (R$ 40MM em 2016 e R$ 60MM em 2017, salvo engano, improvável) e viabilizou sua Gestão, dando a falsa impressão de controle e austeridade (ainda assim, recorreu a mútuos com Botafoguenses e outros empréstimos com instituições financeiras).

Veja que o mandato do CEP era o triênio 15-16-17 e ele recebeu em sua Gestão luvas por um contrato que era TOTALMENTE além de seu Administração, de 2019 a 2024 (dois mandatos subsequentes, findo o seu próprio).

E o ex-Presidente sustenta que isso não é antecipação. Vejam: seu mandato terminou em 2018 e ele recebeu, em 2016 e 2017, luvas por um contrato de 2019 até 2024. E nega que isso seja antecipação.

Pior mantado para alguém assumir o BFR é o corrente, de Nelson Mufarrej, por ser pós CEP, pós renovação com a Globo, pós luvas integralmente recebidas e gastas, pós carência de abatimentos/descontos do PROFUT (sim, o CEP pagava menos da metade do valor das parcelas) e com as mesmas pessoas da Gestão anterior.

Mufarrej herdou um contrato horrível com a Topper e um clube sem CNDs para renovar o patrocínio Master com a CEF.

Pegou ainda um Botafogo com um ST ruim e sem o impulso, o gás e a motivação de disputar uma Libertadores.

Mufarrej assumiu o Botafogo com um elenco já montado, tecnicamente fraco, com o custo do futebol tendo aumentado no mandato do CEP de R$ 75 MM pars R$ 115 MM e com o Estádio tendo seus custos de manutenção saído de R$ 500 mil mensais para R$ 800 mil.

Porém, sem as luvas do CEP e sem poder negociar outras luvas, por conta de um contrato já longo com a Globo.

CEP, por sua vez, assumiu um BFR na Série B com Orçamento de Série A, por conta do mecanismo de proteção da verba de TV garantido pelo contrato então vigente. Fora verbas bloqueadas da Gestão anterior (M.A.). Contava, ainda, com opinião pública favorável pós Nininho e torcida mobilizada em apoio.

Mufarrej, ao contrário, chega à Presidência com elenco de Série B, porém, com custo de Série A, sem receitas e sem luvas da Globo, com a ameaça adicional do final do mecanismo de proteção caso desça à Serie B do Brasileiro, o que faria com que as receitas de TV caissem de R$ 60 MM para cerca de R$ 6 MM (já antecipados, diga-se). E sem a garantia mínima do PPV, pois abriu mão desse excelente benefício para fazer uma das antecipações com a Globo.

Quem culpa o Presidente Nelson Mufarrej por todas as mazelas que o Botafogo enfrenta no momento, a pífia campanha dentro de campo e o caos administrativo e financeiro, calcado em um modelo que não reduz custos e não gera receitas, certamente desconhece por completo o legado nefasto herdado de seu antecessor, Carlos Eduardo Pereira, o verdadeiro vilão por traz de uma Gestão desastrada e desastrosa”.