João Paulo se diz 60%, espera voltar esse ano e se emociona ao imaginar filho em campo:

Fora dos gramados desde o dia 18 de março, quando sofreu uma grave lesão na perna direita após dividida com Rildo, do Vasco, João Paulo vai mostrando ótima evolução. Com o osso completamente calcificado, o meia aumentou a carga de trabalho, já treina com bola, corre na areia, mas ainda não tem previsão de volta ao Botafogo. E, por ele, isso só vai acontecer mesmo quando estiver 100%. Hoje, se diz com 60%.

– É um objetivo que tracei de voltar esse ano, juntamente com o Departamento Médico, é possível, mas estou com os pés no chão. Estou sendo bem paciente com meu rendimento nos treinos e respeitando meu corpo. Sei que preciso voltar bem para ajudar o time e não adianta voltar sem estar 100%. Acho que dá para dizer que estou com uns 60%.

João Paulo treina no NIlton Santos — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.João Paulo treina no NIlton Santos — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.

O planejamento do Departamento Médico vem sendo feito de forma responsável sem que se tenha algum tipo de precipitação. João Paulo sabe, por exemplo, que sua estrutura muscular não é a mesma do início da temporada.

– Tenho dores ainda do processo, a musculatura não é a mesma. Sinto quando a carga de trabalho é grande. Faço bastante piscina e areia. Quando voltar a jogar, sentirei ainda e isso já está na minha cabeça. Essa é a vida do atleta. A dor está alinhada ao nosso dia a dia. É difícil tratar de uma lesão tão grave como foi, mas estou com paciência e cabeça boa. A cabeça controla tudo e tenho feito isso muito bem desde o início.

A cirurgia realizada no dia 19 de março durou uma hora e meia e consistiu na colocação de uma haste intramedular na tíbia, procedimento que evita a necessidade de engessar (confira na imagem abaixo). Na fíbula, não foi necessário o uso da haste.

Osso da perna direita de João Paulo — Foto: Arquivo PessoalOsso da perna direita de João Paulo — Foto: Arquivo Pessoal

Além da esposa e dos amigos, João Paulo tem um motivo especial para voltar o mais rápido possível aos campos: o filho Joaquim, que nasceu em maio. Se é possível tirar algo de bom desse tempo afastando, a presença em casa torna-se um alento. O meia chegou a se emocionar quando se imaginou entrando com o filho em campo em sua volta.

– Foi uma calmaria em meio a uma tempestade. Estou participando, o banho todo dia é comigo. É um estímulo. Vai ser um sonho o dia em que ele entrará comigo em campo. Quando coloco a cabeça no travesseiro penso nisso. Vai ser uma alegria danada. Uma mistura de sentimentos ser pai e passar esse momento difícil na carreira.

Confira outros tópicos da entrevista:

Tem ido aos jogos no Nilton Santos?
Não tenho até pela questão do meu filho e também acho que não seria muito bom. Não ia fazer muito bem para minha cabeça. Talvez nessa reta final eu possa acompanhar mais no estádio. Até no treino, eu não fico vendo.

Não mudou a visão, mas olhando de fora você consegue analisar melhor o jogo. Talvez quando eu voltar eu possa levar algo nesse sentido para o campo.

Situação na tabela
Desde o ano passado o grupo é fechado e se cobra muito. Tomamos goleada e foge do nosso perfil. Vejo que é uma coisa de comportamento. Precisamos mudar a atitude para ficarmos mais próximos dos resultados.

Mudanças de treinadores
Uma troca foi na verdade quando o Alberto saiu, pois ele quis sair. É uma coisa que a gente cobra porque a culpa cai sempre para o treinador e temos que assumir essa responsabilidade também. Tivemos quatro treinadores no ano, o Zé chegou agora, um cara muito capacitado, vem conversando internamente e vamos ter uma melhora nessas próximas rodadas. Se conseguimos duas vitórias seguidas, estaremos no alto da tabela.

Perfil de Zé Ricardo
É muito aberto no treino e pede opiniões. Tem conceitos claros que carrega e acreditamos muito nele. O trabalho é muito bom e temos que levar isso para os jogos.

Conteúdo de Globoesportes