Muito tem se comentado sobre uma possível terceirização do futebol do Botafogo aos irmãos Moreira Salles, mais especificamente João e Walter, dois bilionários apaixonados pelo Glorioso, que já injetaram muitos recursos financeiros no clube, inicialmente por meio de empréstimos emergenciais e, por fim, provendo a aquisição do CT que, por diversos problemas não solucionados pela Gestão CEP-MUFARREJ, até o momento, não se iniciaram sequer as obras de adequação, apesar de tal empreitada ter sido anunciada em 2017.

Aproveitando o ensejo, no que concerne às Gestões Carlos Eduardo Pereira e Nelson Mufarrej, a falta de profissionalismo e competência destes mandatários foi um dos grandes alavancadores para que este movimento pró Salles tivesse início.

Por mais apaixonados que sejam, os Moreira Salles não são ingênuos a ponto de investir seu dinheiro em um clube com uma Gestão sem a mínima capacidade operacional e com nenhum planejamento.

Comenta-se, inclusive, que uma pessoa ligada aos irmãos já estaria trabalhando dentro do clube, junto à Diretoria, para estudar o melhor projeto a ser utilizado nesta operação.

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Foto: Carlos Eduardo Pereira, Jorge Aurélio e Nelson Muffarej. O Botafogo vive hoje em um modelo de gestão antigo e ultrapassado, que nunca deu certo.

Já há alguns anos, o grupo Botafogo Sem Medo vem fomentando debates, apresentando e defendendo a idéia da criação do futebol empresa no Botafogo. E há “n” Modelos para viabilizar isso.

Conforme dito por Fernando Lôpo, um dos membros do grupo, o BFR estaria um passo à frente de todos os demais, por já ter uma empresa sob seu controle, a COMPANHIA BOTAFOGO, que foi criada de forma brilhante pelo ex-presidente Bebeto de Freitas.

A CIA. BOTAFOGO, sem dúvida um grande legado deixado pelo saudoso Bebeto, tal qual o Estádio Nílton Santos, pode captanear o novo Modelo, seja como LTDA. ou S.A.

Em 2018, o Resenha Alvinegra e o Botafogo sem Medo decidiram formar uma frente de estudos e debates sobre a viabilidade de execução deste projeto no Botafogo, gerando massa crítica e conhecimentos sobre o tema.

Com a intenção de trazer para a grande torcida alvinegra esclarecimentos amplos sobre o assunto, iremos apresentar, a partir de agora, conteúdos para fomentar discussões, diálogos, além de cases similares, de sucesso, visando ser um agente de MUDANÇAS e colaborar com a quebra do Status Quo em General Severiano, sacudindo suas estruturas e inquietando as mentes retrógradas e os modelos mentais mais arraigados que, há decadas, depreciam nossa Marca, flagelam nossa Torcida e arruinam nossas Finanças, sendo responsáveis pela insolvência atual do GLORIOSO.

Começaremos com a apresentação do projeto de lei da SAF (0 Sociedade Anônima do Futebol)

A ideia de tocar clubes de futebol em formato de S.A. não é nova. Há diversas possibilidades, com benefícios e riscos inerentes a cada uma delas. Em Portugal, foi sancionado em 2013 o decreto-lei que criou a Sociedade Anônima Desportiva (SAD), no qual se baseou o projeto de lei 5082/2016, do deputado Otávio leite (PSDB-RJ), que propõe a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Download SAF

Download SAD

O projeto da SAF prevê a criação de uma S.A., vinculada a um clube, cujas ações podem ser vendidas a terceiros. A S.A. assumiria todos os direitos e deveres do clube referentes a marca, estádio, competições, etc. O clube manteria poder de veto por meio de ações classe A — por exemplo, quanto a mudança de nome, cores, escudo, estádio, cidade, dentre outros. Também seria possível o clube constituir a S.A. e manter consigo 100% das ações.

A Companhia Botafogo

O Botafogo já tem uma S.A. Totalmente controlada pelo Botafogo de Futebol e Regatas, a Companhia Botafogo foi criada ainda na gestão Bebeto de Freitas com o intuito de profissionalizar a gestão do futebol do clube. Haveria nela um organograma como em qualquer empresa, separando os caixas, com profissionais tocando todos os setores com a devida supervisão e fiscalização do Botafogo.

Se isso tivesse ocorrido na prática, teríamos profissionalizado o futebol e substituído o Conselho Diretor por um Conselho de Administração há pelo menos dez anos, o que teria nos colocado à frente dos demais clubes do Brasil, ainda mais se considerarmos que naquele momento o estádio Nilton Santos era o mais moderno do Brasil, o que também permitiria ao Botafogo antecipar-se aos demais quanto ao conceito de arena.

Isso não foi feito. Embora o contrato do estádio Nilton Santos seja com a Cia. Botafogo, que tem CNPJ próprio, jamais houve a profissionalização idealizada na origem da Cia.

Profissionalização do Futebol

Há hoje no clube quem defenda modelo semelhante ao da SAF, ainda que constituído com adaptações para a legislação atual, por meio de um contrato de média duração do Botafogo com um investidor.

Como previsto pela SAF, este investidor adquiriria os direitos e deveres do futebol e da marca Botafogo, em troca do pagamento de royalties que teriam de ser suficientes para cobrir as despesas não operacionais do clube (Ato Trabalhista, Profut e outras dívidas que, só em 2018 totalizarão cerca de R$ 73 milhões). O lucro resultante após todos os pagamentos seria todo ou parcialmente do investidor, conforme previsto em contrato.

O contrato também iria prever metas esportivas, bem como pagamento de multas em caso de desempenho abaixo do mínimo estabelecido ou por outras situações. O patrimônio do Botafogo (estádio, CT, etc.) seria cedido para uso do administrador, que o devolveria ao fim do contrato.

Debêntures

Assim como a criação de S.A. com venda de ações, o PL da SAF também prevê a emissão de debêntures especiais do futebol (títulos de dívida), a Debênture-Fut.

Certa vez, conversando com um potencial candidato à presidência do Botafogo, ele aventou a possibilidade de lançamento de debêntures do Botafogo. Isso sem saber da existência do PL 5082/2016. As debêntures são uma forma de recorrer ao mercado para buscar financiamento e ao mesmo tempo gerir melhor as dívidas.

Separação do Futebol

Ainda que haja diferenças entre os modelos aplicados, é fato que todos caminham no mesmo sentido: separar o futebol profissional do clube social, que é essencialmente amador e muito restrito.

O clube continua existindo, mas o dinheiro do futebol passa a ser só do futebol (e das dívidas já existentes), enquanto que os demais setores do clube só podem existir com financiamento próprio (por exemplo, a sede social bancada pelas mensalidades dos sócios proprietários e demais arrecadações próprias, como eventos, escolinhas e restaurante).

O isolamento do futebol, tocado por uma gestão profissional, com contratos, metas e transparência, e executado sem a intervenção de sócios despreparados, é o caminho para que os clubes sejam sustentáveis e combinem bons resultados esportivos com saúde financeira.

A separação do futebol e do social é a principal e mais antiga bandeira do Botafogo Sem Medo.